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AQUELE QUE COMPREENDER QUE NÃO PODERÁ SER UM PERITO HONESTO, SEJA HONESTO, NÃO SEJA PERITO.....
(Abraham Lincoln)

sábado, 28 de julho de 2012

Laudo da reconstituição do Caso Décio Sá é concluído pelo Icrim

O laudo é composto de 50 páginas que mostram toda a dinâmica do crime.

O laudo da reconstituição do assassinato do blogueiro e jornalista de O Estado Décio Sá, ocorrido no dia 23 de abril, em um bar na Avenida Litorânea, em São Luís, foi finalizado e entregue ontem, após 15 dias de sua realização, à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) e será incluído no inquérito policial que investiga o crime. A reconstituição, ou reprodução simulada dos fatos, foi realizada durante a tarde e a noite do dia 3 deste mês, com a participação do paraense Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, assassino confesso do jornalista.

O laudo é composto de 50 páginas que mostram toda a dinâmica do crime, desde o momento em que o executor espreitava o jornalista na porta do Sistema Mirante até a concretização do ato criminoso, em um bar na orla marítima.
De acordo com a perita criminal Anne Kelly Veiga, que coordenou os trabalhos da equipe de perícia no dia da reconstituição, a reprodução dos fatos é uma peça-chave para a conclusão do inquérito policial que apura a morte do repórter da editoria de Política de O Estado. "A reconstituição vem principalmente para verificar a coerência do relato do Jhonatan e também as declarações que foram dadas pelas outras testemunhas", explicou a perita.

Dúvidas - Ela esclareceu que a reprodução simulada dos fatos objetiva, também, dirimir as dúvidas que ainda existiam na dinâmica do crime. Uma das dúvidas era com relação à arma utilizada no assassinato, uma vez que, em depoimento, Jhonatan de Sousa disse que havia jogado a pistola na Baía de São Marcos, durante uma viagem de ferry-boat que ele havia feito à Baixada Maranhense. No entanto, após a reconstituição, ficou comprovada que a versão não era a verdadeira e, dias depois, a pistola foi encontrada enterrada em um morro de areia, na Avenida Litorânea.
A perita disse, também, que a participação do assassino confesso do jornalista na reconstituição foi de fundamental importância para se entender perfeitamente como ocorreu o assassinato de Sá. "O Jhonatan tem uma memória fotográfica muito boa e isso também ajudou no trabalho", enfatizou Anne Veiga.

Procedimentos - O laudo da reconstituição do assassinato de Sá demorou 15 dias para ser concluído, pois envolvia um trabalho minucioso, visto que a reprodução dos fatos foi feita em frente ao Sistema Mirante, onde Jhonatan de Sousa espreitava o jornalista; em um quiosque Ponta d'Areia, onde ele se encontrou com um homem identificado apenas como Diego (um dos que lhe deram fuga no dia do crime) e ficaram conversando; em uma das propriedades do empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, para onde os dois seguiram; e por fim no bar da Avenida Litorânea, onde ocorreu o crime. "São várias cenas que tiveram de ser analisadas profundamente para se compreender como ocorreu a dinâmica do crime", afirmou Anne Veiga.

Durante a reconstituição do assassinato do jornalista, uma equipe de peritos acompanhou passo a passo a reprodução das ações feitas por Jhonatan de Sousa no dia do crime que culminaram com a execução de Décio Sá. Durante a reprodução simulada dos fatos, cada perito ficou responsável por uma função, entre as quais se destacavam a realização do registro fotográfico, a filmagem, as medições do terreno e o desenho dos croquis.
Logo após a realização dessa etapa, foi iniciado o trabalho de elaboração do laudo pericial. Para esse procedimento, foi utilizado um programa de computador chamado de AutoCAD (um software amplamente usado na engenharia e na arquitetura para projetar desenhos em duas e três dimensões) e um mapa digital da cidade de São Luís para reproduzir no papel os locais incluídos na reconstituição. Por fim, foi feito um cruzamento das informações obtidas no dia da reconstituição com o material obtido com os desenhos.

Balística - Os exames de comparação balística comprovaram que os disparos que mataram o jornalista Décio Sá saíram da pistola ponto 40 encontrada em um morro, na Avenida Litorânea, no dia 5 deste mês. No entanto, os técnicos do Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim) não conseguiram identificar a sua procedência. Por essa razão, ela foi devolvida à Seic e nos próximos dias deverá ser enviada a outro estado que tenha condições de identificá-la.
Segundo os técnicos do Icrim, a arma foi encontrada com a numeração de série e o brasão, que identifica a qual corporação pertence, raspados. Dessa forma, torna-se impossível saber qual a sua procedência. O diretor do Icrim, Carlos Henrique Roxo de Abreu, explicou que foi feito o exame de "Revelação em Microvestígio Latente em Cunhagem a Frio", que utiliza uma espécie de ácido para revelar a numeração e o brasão da pistola que tinham sido raspados. No entanto, os técnicos do Icrim não obtiveram êxito com o teste.

"Ela foi toda raspada e depois pintada de preto. O brasão e o número de série não constavam na pistola. Quem fez isso sabia perfeitamente o que estava fazendo, pois a arma foi preparada exatamente para executar o jornalista", avaliou o diretor do Icrim.

Mais
Apesar de ainda não ter sido identificada a procedência da pistola ponto 40, os peritos do Instituto de Criminalística comprovaram que os disparos que mataram o jornalista partiram dessa arma. Para ter a certeza, os peritos utilizaram um aparelho chamado de "Microcomparador Balístico" e fizeram a comparação entre os projetes encontrados no corpo do jornalista e o que estava na agulha da arma.

Números
15 dias foi o tempo que os peritos precisaram
para concluir o laudo
50 páginas compõem o laudo da reconstituição do
assassinato do jornalista Décio Sá
6 plantas fazem parte do material entregue ontem pelo Icrim à Secretaria de Segurança
50 fotografias também integram o laudo da reconstituição concluído ontem

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